Das 31 pessoas ligadas a Angola com conta na filial suíça do HSBC, implicada no escândalo SwissLeaks, a maior parte está envolvida no comerciante de diamantes. O jornalista e ativista angolano Rafael Marques teve acesso aos documentos do HSBC e, no jornal Maka Angola, dissecou as ligações entre Angola e as contas bancárias no HSBC, revelando que alguns dos envolvidos são "traficantes de armas e suspeitos de crimes de corrupção e evasão fiscal"..No total, existem 32 milhões de euros depositados em contas do HSBC por pessoas com ligação a Angola, das quais várias estão ligadas à Ascorp, uma empresa criada em 2000 por Arkady Gaydamak, condenado em França por ter traficado armas durante a guerra civil de Angola - o país estava proibido de adquirir armas por um embargo das Nações Unidas. A Ascorp dedica-se a comercializar diamantes angolanos e em 2006, ano a que remonta a informação da SwissLeaks, era gerida por Guy Laniado, um cidadão belga que o Maka Angola refere como uma das pessoas com dinheiro no banco suíço HSBC..A informação das contas do HSBC, obtida pelo jornal Le Monde e partilhada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), com 140 jornalistas por todo o mundo, incluindo o jornal Maka Angola, data de 2006 e 2007, quando Guy Laniado geria a Ascorp..Guy Laniado é uma das pessoas ligadas a Angola com conta no HSBC, assim como outros gestores da Ascorp, como Jacob Karko, diretor, Tal Schechter, diretor financeiro, e Jacques Norbert Davids, um dos principais compradores de diamantes. Ainda, a empresa da família Laniado na Bélgica, a Omega Diamonds, "está envolvida na maior história de evasão fiscal, branqueamento de capitais e defraudação das autoridades alfandegárias" na Bélgica, conta o artigo do Maka Angola..Os documentos divulgados no escândalo SwissLeaks revelaram que o HSBC "beneficiou com os seus negócios com traficantes de armas (...), traficantes de diamantes de sangue e outros criminosos internacionais", conforme se lê numa das reportagens do ICIJ..A pessoa com ligação a Angola com o maior montante depositado no HSBC nos anos a que remontam os dados é uma cidadã angolana e portuguesa chamada Elsa Almeida Teixeira, que estava registada como "dona de casa" e tinha mais de seis milhões de euros no banco. O ICIJ destacou numa reportagem, porém, que há mais de 7300 donas de casa entre as pessoas com contas no HSBC, e muitas delas são, na verdade, "arquitetas, jornalistas, professoras, princesas e herdeiras".